As drogas — são a chave para realmente viver?
É PROVÁVEL que tenha em casa alguma espécie de droga — tranqüilizantes, estimulantes — porque muitos de nós vivem hoje numa sociedade obcecada pelas drogas. Por exemplo, nos Estados Unidos, as vendas da indústria farmacêutica têm aumentado mais de trinta vezes desde a Segunda Guerra Mundial. O Dr. Mitchell S. Rosenthal disse que, num ano recente, os médicos prescreveram suficientes drogas para alterar a disposição de ânimo, que bastavam “para manter cada homem, mulher e criança [nos Estados Unidos] quer ‘estimulado’, quer ‘tranqüilizado’ ou ‘apagado’ por um mês inteiro”.
A maioria das drogas assim receitadas são para adultos. Mas, em alguns países, os jovens consomem uma grande parte delas ‘para divertir-se’. Usam também outras drogas, não produzidas em geral para uso medicinal, inclusive heroína, LSD e maconha. Alguns jovens talvez estejam inclinados a raciocinar: “Se os adultos tomam pílulas, fumam e se embriagam, por que não devo eu me divertir fumando maconha ou tomando drogas?” O que você acha disso? Acha que as drogas são a chave para usufruir a vida mais plenamente?
Drogas Às Quais Muito Recorrem
Há uma ampla variedade de drogas a que as pessoas recorrem para “ser estimuladas” ou se deleitar. Talvez já tenha ouvido falar muito sobre isso. Mas, tome alguns momentos para examinar o que elas são.
Há os barbitúricos, às vezes conhecidos por vários apelidos. São sedativos, que os médicos talvez receitem para causar sono. Há mais de duas dúzias de tipos deles, e cada ano se produzem mais de 476 toneladas só nos Estados Unidos. Uma grande parte do estoque é desviado para canais ilegais.
Existem também muitos estimulantes usados, em geral conhecidos como “bolinhas” ou “boletas”. Os principais deles são as anfetaminas. Alguns médicos os receitam para suprimir o apetite, reduzir a fadiga ou aliviar a depressão. Calcula-se, porém, que metade das anfetaminas legalmente fabricadas encontra seu caminho para canais ilegais.
LSD é o mais potente de uma dúzia de drogas que produzem alucinações. Em anos recentes, muitos laboratórios “clandestinos” começaram a fabricá-lo. Produz efeitos esquisitos nos que o usam. Especialmente a visão fica alterada. Até mesmo meses depois de se tomar a última dose podem ocorrer ilusões e alucinações. Numa “viagem péssima”, aquilo que a pessoa vê em visões pode ser aterrorizante.
A maconha, produto da planta canábis, é uma das drogas mais amplamente usadas. Conhece alguém que a fuma? Seu efeito é mais brando do que o do LSD, embora também produza distorções dos sentidos. Quando se fuma maconha, cinco minutos podem parecer como uma hora. Os sons e as cores parecem intensificados.
A heroína é produzida da morfina, que provém da papoula de que se extrai o ópio. É uma droga especialmente perigosa. As pessoas podem ficar viciadas depois de injetá-la apenas algumas vezes, passando por terríveis dores de privação, a menos que obtenha mais. Quando alguém é viciado em heroína, esta pode destruir-lhe a vontade e a capacidade de aprender. Ele fica escravo dum vício que aos poucos o destrói. Um parlamentar de Nova Iorque escreveu: “A heroína tem destruído o funcionamento de nosso sistema escolar.”
Naturalmente, há outras drogas das quais muitos acham que lhes dão maior usufruto da vida. A cocaína é uma delas. A nicotina no fumo é outra. Deve você usar essas drogas? Conforme já vimos no capítulo anterior, a Bíblia não condena o uso moderado de bebidas alcoólicas, que podem descontrair a pessoa e alegrar-lhe o coração. Então, é correto ou sábio usar qualquer destas muitas drogas diferentes, no empenho de tornar a vida mais satisfatória?
HÁ LUGAR PARA ELAS?
As drogas evidentemente têm o seu lugar, e o médico pode às vezes receitar-lhe uma por causa dum problema com a saúde. Se estiver sofrendo grandes dores, o médico talvez lhe dê uma injeção de morfina, para dar-lhe alívio. Os barbitúricos e as anfetaminas, sem dúvida, ajudaram alguns pacientes que tiveram problemas de saúde. A heroína também é usada em alguns lugares para aliviar o sofrimento de pacientes cancerosos, sem cura.
Mas, por outro lado, as drogas causam terrível dano a milhões de pessoas. Relata-se que cerca de um milhão de pessoas nos Estados Unidos são viciadas em barbitúricos, sendo que mais de 3.000 morrem cada ano por doses excessivas. O vício da heroína não só resulta em muitos falecimentos por dia, por causa de doses excessivas, mas tem transformado dezenas de milhares em criminosos perigosos. Para sustentarem seu vício dispendioso, os viciados roubam em propriedades mais de US$ 3.000.000,00 só na cidade de Nova Iorque, em média, cada dia!
O que significa isso? Devem-se abolir as drogas? Não necessariamente, visto que muitas drogas podem servir a um bom objetivo. Mas o problema é com o amplo mau uso ou abuso delas. Milhões de pessoas as usam quando não está envolvido nenhum tratamento duma doença, e em doses grandes que nunca foram intencionadas para fins medicinais. Muitas vezes, quem as usa só quer ter uma sensação de sonolência ou mesmo cair numa espécie de transe. Justifica-se tal uso?