segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Por que as pessoas usam drogas?


Por que as pessoas usam drogas?
“QUANDO eu tinha 13 anos, a irmã do meu melhor amigo nos convidou para ir ao apartamento deles uma noite. Todo o mundo começou a fumar maconha. De início, não aceitei, mas depois que a droga passou por mim diversas vezes, experimentei.” Foi assim que Michael, da África do Sul, iniciou no mundo das drogas.
“Minha família era muito conservadora e estava envolvida profissionalmente com música clássica. Eu tocava numa orquestra e um dos músicos fumava maconha regularmente nos intervalos. Ele a ofereceu a mim muitas vezes num período de alguns meses. Com o tempo, experimentei e comecei a fumar regularmente.” Foi assim que Darren, do Canadá, começou a usar drogas.
Esses dois rapazes passaram a usar outras drogas, como LSD, ópio e estimulantes. Quando relembram o passado, esses ex-dependentes concordam que a influência dos colegas foi a principal razão para começarem a usar drogas. “Nunca pensei que chegaria a usar drogas”, diz Michael, “mas aqueles garotos eram os únicos amigos que eu tinha e é claro que a gente quer fazer o que eles fazem”.

O mundo do entretenimento
A pressão dos colegas sem dúvida tem um papel importante em iniciar muitos no mundo das drogas. Os jovens em especial são suscetíveis a essa pressão. Além disso, o exemplo dos ídolos do mundo do entretenimento exerce uma influência fortíssima sobre os fãs jovens.
A indústria do entretenimento é especialmente afetada pelo uso de drogas. Muitas das principais estrelas da música se envolvem com drogas pesadas em algum ponto de sua carreira. Muitos astros do cinema também as usam com freqüência.
Pessoas que trabalham na indústria do entretenimento às vezes conferem às drogas um glamour e atrativo que os jovens acham difícil resistir. Em 1996, Newsweek noticiou: “As ruas de Seattle [EUA] estão cheias de garotos que foram para lá a fim de tomar heroína, só porque Cobain [um cantor de rock] toma.”
O mundo das drogas é exaltado em revistas, filmes e programas de TV. De modo similar, alguns estilistas famosos, tentando imitar a aparência dos viciados, apelam para modelos esqueléticas e com aspecto doentio.

Por que alguns ficam viciados?
Muitos outros fatores contribuem para o aumento no uso de drogas. Entre esses estão desilusão, depressão e falta de objetivo na vida. Outras razões são problemas econômicos, desemprego e o mau exemplo dos pais.
Alguns que têm dificuldades nos relacionamentos humanos usam drogas para ajudá-los a enfrentar eventos sociais. Acham que as drogas aumentam sua confiança, fazendo com que se sintam espertos e apreciados. Outros acham mais fácil usar drogas do que assumir as responsabilidades da vida.
Outra razão para alguns jovens se envolverem com drogas é o tédio. O livro The Romance of Risk—Why Teenagers Do the Things They Do (Fascínio pelo Perigo — Por que os Adolescentes Fazem as Coisas que Fazem) analisa o tédio e a falta de supervisão dos pais: “Quando voltam da escola, os filhos encontram a casa vazia. Não admira que se sintam solitários e não queiram ficar sozinhos. Mas mesmo quando estão com os amigos, muitas vezes eles ficam entediados. Olham programas de televisão ou videoclipes, um após o outro, ou procuram diversão na Internet. É muito fácil o cigarro, as drogas e as bebidas entrarem na história.”
Michael, já mencionado, descreve a falta de supervisão dos pais em casa: “Nossa família era feliz. Éramos extremamente unidos. Mas os meus pais trabalhavam fora e durante o dia não havia nenhuma supervisão. Também, eles nos davam total liberdade. Não nos disciplinavam. Meus pais não faziam idéia de que eu usava drogas.”
Depois de viciados, muitos continuam usando drogas por uma razão bem simples: gostam disso. Michael, que usava drogas diariamente, diz quais eram os efeitos: “Eu vivia num mundo de sonhos. Podia fugir de qualquer pressão que sofresse. Nunca me sentia ameaçado. Tudo era maravilhoso.”
Outro ex-usuário de drogas, chamado Dick, da África do Sul, descreve os efeitos que a maconha teve sobre ele quando começou a usá-la, aos 13 anos: “Eu ria de qualquer piada. Tudo era engraçado.”
Parece que os avisos sobre os danos que as drogas podem causar não assustam os jovens. Em geral eles têm a atitude de que “não vai acontecer comigo”. O livro Talking With Your Teenager (Como Conversar com seu Filho Adolescente) explica por que os adolescentes ignoram os avisos a respeito dos efeitos das drogas sobre a saúde: “Eles são tão resistentes e cheios de vida que não acreditam que sua saúde possa ser afetada. Essa sensação de ‘invulnerabilidade’ é muito comum nos adolescentes. Para eles, o câncer de pulmão, o alcoolismo e o vício em drogas pesadas são coisas que acontecem com os mais velhos, não com eles.” Muitos simplesmente não sabem dos perigos, como é bem ilustrado pela popularidade da droga ecstasy. Que droga é essa?
O ecstasy e as raves
O MDMA, um tipo de anfetamina conhecida como ecstasy, é muito usado em festas dançantes que duram a noite inteira, chamadas de raves. Os traficantes promovem a idéia de que tomar ecstasy é um modo seguro de sentir euforia e ainda receber um brinde: energia de sobra para dançar a noite toda. A droga ajuda as pessoas a continuar dançando horas a fio até finalmente sentir o que um escritor chama de “estado parecido com um transe”. Uma jovem explicou por que o ecstasy é tão atraente: “O calafrio começa nos dedos dos pés, te envolve numa onda de calor e amor inacreditáveis, que sobe lentamente formigando até a cabeça.”
Tomografias do cérebro, feitas em usuários regulares de ecstasy, forneceram provas físicas de que a droga não é tão inofensiva quanto os traficantes afirmam. Existem evidências de que o ecstasy danifica as fibras nervosas do cérebro e reduz os níveis de serotonina. É possível que esses danos sejam irreversíveis. Com o tempo, isso pode resultar em depressão e perda de memória. Já foram relatadas mortes de usuários de ecstasy. Também, diversos traficantes misturam a droga com heroína para que os clientes fiquem viciados.

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